quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

eu emudeci. murchei.
e isso não é silêncio. é doença.
dói. dói. dói.

Deus há de me proteger de mim e do meu frio.
[Ela e Sally ficaram um pouco para trás. Veio então o mais raro momento de toda a sua vida, ao passarem por uma urna de pedra com flores. Sally parou; colheu uma flor; e beijou Clarissa nos lábios.O mundo inteiro podia ter desabado! Os outros desapareceram; estava ela sozinha com Sally. Foi como se tivesse recebido um presente, embrulhado, e lhe houvessem dito que assim o conservasse, sem olhá-lo, um diamante, uma coisa infinitamente preciosa, embrulhada, e que, enquanto caminhavam (daqui para lá, de lá para cá), ela ia descobrindo, ou o seu esplendor irradiava através do invólucro; uma revelação, um êxtase religioso!]


[Mas tudo estava acabado para ela. O lençol estendido e a cama estreita. Tinha subido sozinha à torre e deixara-os colhendo amoras ao sol.]



Trechos de Mrs. Dalloway, Virginia Woolf
(tradução de Mário Quintana)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Rojo Caliente


8 amoras grandes, frescas ou congeladas
1 colher (sopa) de açúcar
30ml de tequila
100ml de soda limonada
gelo a gosto
amora para decorar

Em um copo baixo tipo old fashioned, coloque a amora e o açúcar e macere ligeiramente com um amassador. Junte a tequila e misture. Complete com a soda, decore com a amora e sirva.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

eu vou morrer bem no meio dessa paisagem pré-histórica.
vou morrer sozinha, desidratada, salgada.


[un ruego en la boca, un ruego en el alma]

quero morrer apática e de insolação

bem no meio desse imenso deserto de sal que é você.
branco. branco. branco.
e que agora mais me parece um deserto de gelo.

Deus há de me dar lucidez e uma espada.